Uma bandeira levada pelos invasores do Capitólio dos Estados Unidos foi exibida no ano passado na casa de verão de um juiz do Supremo Tribunal, informou o "New York Times", esta quarta-feira, dia 22, após revelações de que uma outra bandeira igualmente provocatória foi hasteada do lado de fora da sua residência.
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Na semana passada, o juiz conservador Samuel Alito deparou-se com os pedidos dos democratas para que se declarasse impedido nos casos relacionados com Donald Trump depois de o jornal ter confirmado que uma bandeira americana invertida - símbolo das falsas acusações de fraude eleitoral contra o ex-presidente - ter sido hasteada na sua casa na Virgínia em 2021.
Esta quarta-feira, o jornal norte-americano informou que uma outra bandeira, com o lema "Appeal to Heaven" ("Apelo ao céu", em tradução livre), foi hasteada no exterior da casa de verão de Alito em Nova Jersey no ano passado.
A bandeira, assim como a de barras e estrelas ao revés, foi levada ao Capitólio a 6 de janeiro de 2021 por apoiantes de Trump, que pretendiam bloquear a certificação das eleições de novembro de 2020 vencidas pelo presidente Joe Biden.
O "New York Times" publicou fotografias da bandeira "Appeal to Heaven" a esvoaçar numa propriedade em Long Beach Island, em 2023, e citou os diversos vizinhos e transeuntes que o confirmaram.
A bandeira - que leva as palavras "Apelo ao céu" sobre um pinheiro verde com fundo branco - remonta à Guerra de Independência dos Estados Unidos.
Apesar de ter caído no esquecimento, a bandeira tornou-se em tempos recentes um símbolo de apoio a Trump e de pressão por um governo americano mais centrado no cristianismo.
Na semana passada, Alito, de 74 anos, defendeu-se das críticas alegando que a bandeira americana invertida foi hasteada brevemente pela sua esposa "em resposta ao uso de linguagem questionável e pessoalmente ofensiva por um vizinho que colocou placas no jardim".
A Justiça dos EUA ainda não se posicionou publicamente sobre a revelação da segunda bandeira.
O Supremo Tribunal está a avaliar atualmente dois casos relacionados com o dia 6 de janeiro, entre eles uma reivindicação de Trump de imunidade presidencial no seu processo de interferência eleitoral. As sentenças estão previstas para o fim de junho ou o início de julho.