Depois do "rio de sangue", bactérias tóxicas tingem capivaras de verde na Argentina
Verdes. É assim que estão as capivaras da Argentina, manchadas por uma espessa camada esverdeada que cobre as margens em redor da barragem hidroelétrica de Salto Grande, na fronteira da Argentina com o Uruguai. Os animais foram fotografados ao longo do rio Uruguai, a norte de Buenos Aires.
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Todos os anos, as bactérias formam esta espessa camada verde mas o fenómeno tem aumentado de intensidade nos últimos anos. Estas cianobactérias "são organismos fotossintéticos que desempenham uma função importante no ecossistema", disse Diego Frau, biólogo do Instituto Nacional de Limnologia, em declarações à AFP, acrescentando, no entanto, que, em altas concentrações, podem ser destrutivos e tóxicos.
As altas temperaturas e os elevados níveis de nutrientes na água, em parte causados pela pecuária, fazem com que as algas se espalhem. As alterações climáticas estão a fazer com que a maré verde, que pode durar várias semanas, se torne "cada vez mais recorrente", danificando os ecossistemas.
Nas pessoas, a exposição ligeira à bactéria pode provocar problemas de pele ou "sintomas semelhantes aos da gripe", como diarreia, vómitos e dores de cabeça, segundo Martin Novoa, biólogo da Faculdade de Ciências da Alimentação da Universidade Nacional de Entre Rios. A exposição prolongada pode levar a complicações no fígado e no sistema nervoso, acrescentou.
Pelo menos 15 municípios da província de Buenos Aires emitiram alertas sanitários sobre a bactéria.
O surto ocorreu uma semana depois de um riacho que atravessa uma cidade perto de Buenos Aires ter ficado vermelho-sangue e ter libertado um odor fétido. O riacho corre por uma área de fábricas de processamento têxtil e de couro, que os locais acusam de despejar resíduos no rio. As autoridades ambientais estão a estudar a causa da descoloração, que durou algumas horas.