Foi desmantelada uma rede internacional de cibercrime que usou "malware" (código malicioso) para tentar roubar cerca de 100 milhões de dólares - 89,3 milhões de euros - de milhares de vítimas, anunciou a Europol em comunicado, esta quinta-feira.
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A rede criminosa usava o malware "GozNym" para se infiltrar em empresas e instituições financeiras e roubar as credenciais de login do sistema bancário online. Invadiram mais de 41 mil contas bancárias para lavar o dinheiro usando contas bancárias dos EUA e de outros países.
Dez membros da rede são acusados de conspiração para roubar credenciais para acesso fraudulento a contas bancárias por um júri federal em Pittsburg, EUA. Cinco deles - cidadãos russos - continuam em fuga, incluindo o responsável pelo "malware".
Os réus foram alegadamente recrutados após anunciar as suas habilidades técnicas e serviços especializados em fóruns criminosos online de língua russa.
De acordo com o comunicado da Europol, a operação internacional contra a rede começou em novembro de 2016 com uma investigação liderada pela Alemanha para desmantelar os servidores e a infraestrutura. Desde então, foram realizadas buscas na Bulgária, Geórgia, Moldávia e Ucrânia.
O líder da rede e o assistente técnico estão a ser processados na Geórgia, enquanto o administrador da rede "Avalanche" - que prestou serviços a mais de 200 cibercriminosos e hospedou mais de 20 campanhas diferentes de "malware", incluindo a "GozNym" - é processado na Ucrânia.
Outro membro da rede que codificou o "malware" para evitar a deteção por ferramentas antivírus e software de proteção dos computadores das vítimas está a ser processado na Moldávia.
No comunicado, a Europol informa que "a rede 'GozNym' exemplificou o conceito de 'cibercrime como serviço', com diferentes serviços criminais, como 'hosters' [administradores] à prova de bala, redes de dinheiro, 'crypters' [criptografia], 'spammers' [propaganda online], codificadores, organizadores e suporte técnico".