A presidente Dilma Rousseff defendeu, esta quarta-feira, perante os líderes mundiais, na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, que os países emergentes devem ajudar os países desenvolvidos a sair da crise.
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"Como outros países emergentes, o Brasil tem sido até agora menos afectado pela crise mundial, mas sabemos que a nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos e podemos ajudar enquanto há tempo os países onde a crise já é aguda", afirmou a presidente brasileira, após destacar a "representatividade" para o cenário internacional de que esta declaração seja feita pela voz de uma mulher, líder de um país em desenvolvimento.
Sem mencionar culpados, Dilma defendeu que a busca de soluções deve ser feita em conjunto e pediu maior peso dos países emergentes na tomada de decisões. "Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior, na condução do processo. Mas como todos sofrem com as consequências da crise, todos têm o direito de participar das soluções", disse.
Ao mencionar o quadro de recessão iminente de algumas nações mais avançadas, Dilma defendeu que a prioridade da economia mundial neste momento deve ser ajudar aqueles países que sofrem com problemas de dívida pública. "Está claro que a prioridade da economia mundial neste momento deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise e os países emergentes podem ajudar", reforçou.
A presidente brasileira voltou a realçar que o motivo da crise não é a falta de recursos financeiros, mas de decisões políticas eficazes para o seu controle. "Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É por falta de recursos políticos e, algumas vezes, por falta de clareza de ideias de uma parte do mundo que ainda não encontrou o equilíbrio entre o ajuste fiscal apropriado e estímulos fiscais correctos e precisos para a demanda e o crescimento", frisou.