A presidente brasileira, Dilma Rousseff, pediu "cautela" e "tranquilidade", após ter tido conhecimento da anulação das sessões de destituição no Congresso, prevendo tempos difíceis e de luta.
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"Eu não tenho essa informação oficial. Estou falando aqui, porque eu não podia de maneira alguma fingir que não estava sabendo, mas não é oficial. Não sei as consequências. Por favor, tenham cautela", disse, ao comentar a notícia da anulação.
A presidente previu ainda uma "disputa dura, uma disputa cheia de dificuldades" e, por isso, lançou um pedido: "Peço encarecidamente aos senhores parlamentares e a todos nós uma certa tranquilidade para lidar com isto".
"Vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas."
"Vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", frisou, advertindo: "As coisas não se resolvem assim. Vai ter muita luta, muita disputa, muita".
A chefe de Estado brasileira advertiu, contudo, que é preciso "compreender a situação para poder lutar".
Falando na cerimónia de anúncio da criação de cinco novas universidades, no Palácio do Planalto, em Brasília, Dilma Rousseff começou por agradecer o "Fica, querida" que os presentes gritavam.
Repetindo a ideia de que "está em curso um golpe de Estado" para tirá-la do poder, explicou que, segundo os alemães, existem dois tipos de golpe: "golpe frio", "com argumentos aparentemente legais" para afastar um Presidente, e "golpe quente", de caráter armado.
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Durante a cerimónia, enquanto apresentava números alcançados pelo seu governo na área da Educação, alguém gritou um número superior ao real num dos items citados, ao que Dilma Rousseff respondeu: "Chegarei, chegarei".
O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão, assinou hoje uma decisão para anular a tramitação do pedido de afastamento da Presidente no Congresso.
Depois de o pedido ter sido aprovado na Câmara dos Deputados (câmara baixa) a 17 de abril, o pedido iria ser votado esta semana no Senado (câmara alta).