A presidente brasileira com mandato suspendo Dilma Roussef foi, esta quarta-feira, destituída do cargo, após votação do Senado em Brasília.
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A votação foi decidida pelos 81 senadores do Brasil, com 61 manifestações em favor da destituição e 20 contrários.
A decisão colocou um ponto final a um processo que se prolongou por nove meses e dividiu o país com argumentos jurídicos e políticos.
Dilma Rousseff foi condenada por ter assinado três decretos de créditos suplementares em 2015 sem autorização do Congresso e por ter usado dinheiro de bancos públicos em programas do Tesouro, realizando manobras contabilísticas, as popularmente chamadas "pedaladas fiscais".
Dilma Rousseff tornou-se a primeira Presidente deposta no Brasil depois do fim do regime militar na década de 1980.
Antes dela, o ex-Presidente Fernando Collor de Mello havia sido indiciado em um processo semelhante em 1992, mas renunciou pouco antes da votação do 'impeachment' (destituição).
Segunda votação permite a Dilma ocupar cargos públicos
O Senado decidiu, em votação separada da realizada após a aprovação do processo de 'impeachment' (destituição), que Dilma Rousseff poderá ocupar cargos públicos.
Com 42 votos a favor da cassação deste direito, 36 contra e três abstenções, os senadores brasileiros votaram pela manutenção dos direitos políticos da agora ex-Presidente Dilma Rousseff.
Esta decisão foi possível porque a defesa de Dilma Rousseff solicitou uma votação em separado sobre sua inabilitação, que estava prevista em caso de 'impeachment' na Constituição brasileira.
Se este dispositivo fosse mantido na segunda votação, Dilma Rousseff seria impedida de exercer qualquer função pública pelo prazo de oito anos.