Três responsáveis do grupo cimenteiro francês Lafarge foram colocados sob custódia no âmbito da investigação sobre suspeitas de financiamento indireto de grupos jiadistas na Síria, incluindo o grupo extremista Estado Islâmico.
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Os responsáveis estão a ser ouvidos pelo Serviço Nacional de Alfândega Judiciária (SNDJ), encarregado do inquérito, indicaram fontes próximas do inquérito.
Estas foram as primeiras colocações sob custódia em relação ao caso e, após as audições, poderão ser levantadas ou conduzir a uma apresentação perante os três juízes de instrução responsáveis pelo dossier.
As investigações procuram determinar se o grupo cimenteiro, que em 2015 se fundiu com o suíço Holcim, fez chegar dinheiro a organizações jiadistas, nomeadamente ao Estado Islâmico, para permitir que continuasse em funcionamento, em 2013 e 2014, a sua fábrica de Jalabiya (no norte da Síria), apesar da guerra.
O grupo Lafarge é igualmente suspeito de ter comprado petróleo a diferentes organizações jiadistas, também para que estas lhe permitissem continuar a sua atividade.
Os investigadores procuram ainda saber se responsáveis do grupo em França terão sido informados dos alegados acordos.
Segundo a agência France Presse, o SNDJ presume num relatório que a direção francesa do grupo tinha "validado aquelas remessas de fundos produzindo documentos de contabilidade falsos".
A 14 e 15 de novembro, foi realizada uma busca à sede da empresa de cimento em Paris.
A AFP indica que, contactada, a LafargeHolcim não quis comentar.