O presidente norte-americano propôs legislação para acabar com o uso de empresas fantasma nos EUA, o que vai ajudar a combater a evasão fiscal e a lavagem de dinheiro.
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Barack Obama instou o Congresso a aprovar rapidamente as suas propostas, como parte de um esforço global que ganhou força com a divulgação dos designados "Documentos do Panamá", que expuseram o uso generalizado de empresas fantasmas para esconder património e ativos.
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"Nos últimos meses, vimos quão grande o problema da corrupção e da evasão fiscal se tornou em todo o mundo", disse o presidente dos EUA aos jornalistas. "Vimos isto com a divulgação dos Documentos do Panamá", adiantou.
"E vimos também o grau em que tanto as práticas legais de evitar pagar impostos, que são injustas e más para a economia, como as ilegais que em alguns casos envolvem atividades criminosas, continuam a existir e a espalhar-se", insistiu.
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Na quinta-feira, a Presidência e o Departamento do Tesouro anunciaram novas regras para a indústria financeira, bem como propostas legislativas que visam impedir o uso de empresas fantasmas dentro dos EUA que escondem as identidades dos proprietários beneficiários dos ativos.
"Uma das principais maneiras de as empresas ou os indivíduos ricos evitarem pagar impostos é através da montagem de uma série de empresas fantasmas e dificultar a deteção do fluxo do dinheiro e do cálculo do impostos devido", detalhou. "Dissemos às instituições financeiras que têm de ter esta informação", afirmou Obama.
Ao mesmo tempo, acrescentou, o congresso tem de mudar a lei e forçar a identificação de todos os verdadeiros proprietários das empresas.
Os "Documentos do Panamá", uma quantidade imensa de informação de um gabinete de advogados panamiano, onde se detalha o uso de milhares de empresas "offshore" para esconder ativos, realçou o facto de vários Estados dos EUA permitirem a criação destas empresas fantasma, tanto por cidadãos norte-americanos como estrangeiros.