O presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu esta noite que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não voltará a atacar o Catar, após a ofensiva sem precedentes por Israel em Doha, na semana passada, contra os líderes do Hamas.
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"Ele [Benjamin Netanyahu] não atacará o Catar", sublinhou o presidente norte-americano aos jornalistas na Sala Oval, depois de Netanyahu se ter recusado a descartar novos ataques durante uma reunião com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Jerusalém.
Rubio foi questionado várias vezes em Jerusalém sobre o ataque israelita em solo catari, com o qual Trump demonstrou desconforto nos últimos dias, mas não o abordou diretamente nas suas respostas.
"Estamos focados no que está a acontecer agora", apontou Rubio, referindo-se ao papel do Catar como mediador junto do Hamas.
O Departamento de Estado norte-americano adiantou hoje que Marco Rubio vai manifestar na terça-feira o apoio de Washington à soberania do Catar, durante uma visita ao país árabe.
O chefe de Estado norte-americano advertiu também hoje o movimento islamita palestiniano Hamas para não utilizar os reféns israelitas que ainda mantém em Gaza como escudos humanos.
Na sua conta na rede social, a Truth Social, Trump disse ter "lido algumas notícias" - sem especificar o meio de comunicação social - de que os reféns seriam trazidos dos seus esconderijos subterrâneos para a superfície de Gaza.
Para Trump, tal ideia equivaleria a "uma atrocidade humana, como poucas pessoas já viram antes".
De seguida, emitiu um alerta mais explícito ao Hamas: "Não deixem que isto aconteça, ou QUALQUER COISA PODE ACONTECER AQUI", escreveu.
O Hamas mantém cerca de 50 reféns há quase dois anos, escondidos no subsolo, e teme-se que metade já estejam mortos há meses.
Trump escreveu a sua mensagem numa altura em que o Exército israelita intensifica a sua ofensiva contra a cidade de Gaza, em preparação para uma invasão terrestre.
As forças israelitas estão a atacar agressivamente a cidade, cercada e sob ordens de evacuação, com helicópteros, drones e robôs carregados de explosivos, enquanto as suas tropas ganham terreno em diferentes áreas nos arredores da cidade, especialmente no noroeste.
O tema dos reféns tornou-se o principal argumento para a continuação da guerra: a sua libertação como pré-condição para qualquer negociação - contra a opinião de grande parte da sociedade israelita - enquanto o Hamas os considera a sua única alavanca negocial restante.
As forças israelitas têm em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 64.600 mortos no território governado pelo Hamas desde 2007.
A ofensiva seguiu-se ao ataque do Hamas no sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que provocou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.