O número de mortos causados pelo duplo atentado suicida desta terça-feira na capital da Somália e reivindicado pelo grupo extremista Al-Shabab subiu para 13.
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"Pelo menos 13 pessoas foram mortas em duas explosões. Um dos veículos explodiu perto do posto de controlo e outro perto de um edifício da ONU", por volta das 9 horas locais (7 horas em Portugal continental), anunciou um responsável da polícia, Bishaar Abdi Gedi.
Às duas explosões seguiu-se um tiroteio perto de um edifício da ONU e da União Africana na Somália (AMISOM), mas parou logo de seguida, segundo um jornalista da agência AFP.
O representante especial da ONU na Somália, Michael Keating, e Francisco Madeira, representante da União Africana, condenaram o ataque, que não fez nenhuma vítima entre os funcionários da ONU, informou Michael Keating.
Uma parte da parede do aeroporto ficou parcialmente destruída pela explosão de uma das viaturas.
O grupo extremista Al-Shabab reivindicou este novo ataque na capital da Somália e tinha como alvo os locais onde estão alojados os soldados de manutenção da paz.
O aeroporto Aden Adde - com o nome do primeiro presidente somali - tornou-se uma fortaleza desde que foi instalada ao lado da base principal da AMISOM, com 22 mil homens e que ajuda o frágil governo somali na luta contra o Al-Shabab.
O aeroporto é defendido pela AMISOM, cuja base tem também escritórios da ONU, de organizações humanitárias e de embaixadas.
"Este ataque aterrorizante é um novo exemplo das tentativas desesperadas dos extremistas para fazer descarrilar os progressos políticos" do país, denunciou o representante da ONU da Somália.
"A AMISOM condena os ataques sem sentido que têm por fim perturbar e paralisar a vida dos somalis. É preciso por fim a estes ataques", afirmou a União Africana na sua conta de Twitter.
Confrontados com o poder superior da AMISOM, implantado em 2007, o Al-Shabab foi expulso de Mogadíscio em agosto de 2011.
O grupo foi perdendo os seus principais bastiões, mas ainda controla as zonas rurais de onde executa operações de guerrilha e atentados suicidas, muitas vezes na capital.
O aeroporto de Mogadíscio é um dos seus alvos favoritos, principalmente pela sua proximidade com a base da AMISOM.