O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, sublinhou, este sábado, a necessidade de respeito pela integridade territorial da Ucrânia face aos acontecimentos na Crimeia.
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Numa iniciativa cultural consagrada à Europa, em Berlim, Durão Barroso afirmou que "os desafios da Crimeia devem ser abordados num quadro de respeito da unidade e soberania ucranianas".
"Espero que a comunidade internacional aplique estes princípios (...) e assegure a paz regional e internacional", acrescentou.
Na mesma ocasião, a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou-se "inquieta" com os acontecimentos na Crimeia.
"O que se vive atualmente na Crimeia inquieta-nos", declarou a governante, sublinhando a importância de "preservar a integridade territorial" do país.
Na Rússia, o porta-voz do presidente Vladimir Putin garantiu que ainda não foi tomada uma decisão sobre o recurso a uma ação militar na Ucrânia.
A aprovação do uso do exército é um "ponto de vista do Conselho da Federação (senado). É o presidente que toma a decisão e neste momento ainda não há uma decisão nesse sentido", afirmou Dmitri Pskov, citado pela agência oficial de notícias Ria Novosti.
Por seu lado, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, William Hague, considerou a decisão do senado russo como uma "ameaça potencialmente grave para a soberania" da Ucrânia.
"Estou muito preocupado com a escalada de tensão na Ucrânia e a decisão do senado russo de autorizar uma ação militar em solo ucraniano contra a vontade do governo ucraniano", justificou, em comunicado.
A câmara alta do parlamento russo aprovou, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia".
Esta decisão seguiu-se horas depois da denúncia da Ucrânia, na sexta-feira, de que a Rússia fez uma "invasão armada" na Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.
O presidente ucraniano interino, Oleksandr Turchinov, já pediu a Vladimir Putin para "terminar imediatamente a sua agressão ostensiva e retirar os seus militares da Crimeia".
Depois de um apelo do Governo de Kiev, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se hoje para uma segunda ronda de discussões em 24 horas devido à escalada de tensão na Ucrânia.
A AFP noticiou a presença de dezenas de homens mascarados e com uniforme, mas sem qualquer insígnia, que tomaram posições junto ao edifício do parlamento regional da Crimeia.