O acidente de comboio que, quarta-feira à noite, fez pelo menos 78 mortos em Santiago de Compostela, Galiza, é o terceiro mais grave da história ferroviária em Espanha e o primeiro com mortes nas linhas de alta velocidade do país.
Corpo do artigo
O acidente deu-se quando um comboio de alta velocidade que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol descarrilou, à entrada da estação de Santiago de Compostela, cerca das 20.45 horas locais (19.45 horas em Portugal continental).
Segundo a agência noticiosa Efe, o acidente mais grave de todos ocorreu num comboio que também fazia a ligação entre Madrid e a Galiza, em 1944, em que o correio expresso, lotado de passageiros, colidiu com uma locomotiva dentro de um túnel, perto da estação leonesa de Torre del Bierzo.
O acidente do correio expresso 421 terá causado cerca de 500 mortos, segundo investigadores, embora a censura do regime de Franco tenha fechado os números oficiais em 78 mortos e 75 feridos.
O segundo maior ocorreu em 1972, quando um comboio que fazia a ligação Cádiz-Sevilha descarrilou, matando 77 pessoas.
O comboio, com quatro carruagens e 200 passageiros, saiu da estação de El Cuervo (Sevilha) apesar dos sinais que o proibiam, chocando minutos depois de frente com o comboio expresso Madrid-Cádiz, com 500 passageiros.
O acidente de quarta-feira foi o primeiro com mortos nas linhas de alta velocidade em Espanha, segundo fontes da empresa que administra as infraestruturas ferroviárias (Adif).
O troço em que ocorreu o acidente - Ourense-Santiago-Corunha - foi inaugurado há dois anos e nunca tinha registado qualquer acidente.
A alta velocidade começou a funcionar em Espanha em 1992, com a linha Madrid-Sevilha, e desde então não se registou qualquer acidente com vítimas mortais, segundo a empresa.
O comboio sinistrado, precisaram as fontes, era um Alvia, de transição entre a linha convencional e a de alta velocidade e que pode alcançar os 200 quilómetros por hora.