O ministério da Defesa israelita exprimiu hoje, quarta-feira, em comunicado, a sua oposição ao anúncio de um projecto de colonização em Jerusalém Oriental.
Corpo do artigo
"O gabinete do ministro da Defesa, Ehud Barak, exprime a sua cólera depois do anúncio (deste projecto) que perturba as negociações de paz com os palestinianos - negociações do mais alto interesse para Israel", indica o texto.
O gabinete de Barak publicou este comunicado na sequência do anúncio terça feira pelo Ministério do Interior israelita de que autoriza a construção de 1600 habitações em Ramat Shlomo, um bairro de colonização habitado por judeus ultraortodoxos no sector oriental de Jerusalém, cuja população é maioritariamente de árabes e que foi anexado por Israel em 1967.
"Fontes no Ministério da Defesa sublinham que Israel age e agiu desde há longos meses para criar a confiança entre as partes para que estas negociações possam ter início", adianta o comunicado.
O partido trabalhista de Barak tem 13 deputados que se uniram à coligação de direita do primeiro ministro Benjamin Netanyahu, nomeadamente com o objectivo de contribuir para a promoção do processo de paz com os palestinianos.
Em visita à região, precisamente para relançar o processo de paz entre Israel e os palestinianos pela via de negociações indirectas, o vice presidente norte-americano, Joe Biden, condenou este projecto e acusou terça feira Israel de "minar a confiança necessária" para as negociações.
O ministro do Interior israelita, Elie Yishai, do partido religioso Shass, tentou apaziguar a polémica, assegurando que esta decisão não tinha "nada a ver" com a visita de Biden e indicou que o projecto imobiliário estava planeado há três anos.