As eleições autárquicas moçambicanas de ontem ficaram marcadas por alguns ataques de homens armados, pela intervenção da Polícia numa assembleia de voto e por um caso insólito. Resultados são conhecidos esta quinta-feira
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Após o fecho das urnas, uma patrulha da Força de Intervenção Rápida foi obrigada a dispersar a multidão concentrada numa assembleia de voto em Quelimane (Centro), alegadamente para "salvaguardar a contagem dos votos", segundo a agência Lusa.
A Polícia utilizou bastões elétricos e disparou tiros de salva e dois 'very-light' para dispersar as pessoas concentradas na assembleia de voto instalada na Escola Primária 17 de setembro. Durante o dia, homens armados, supostamente da RENAMO - maior partido da Oposição, que não participou nas eleições -, atacaram duas escoltas militares de viaturas na principal estrada do país, sem causar vitimas.
O primeiro ataque, ocorrido cerca das 8 horas (6 horas em Lisboa), visou uma coluna de viaturas que circulava na região do rio Ripembe, tendo atingido um autocarro de passageiros da ETRAGO, a empresa mais visada pelos ataques no troço Save-Muxúnguè por transportar militares para a Região Centro.
O segundo ataque ocorreu cerca de duas horas mais tarde, no mesmo local, contra a coluna militar que escoltava viaturas a partir de Save para Muxúnguè. Disparos atingiram uma viatura de carga sem causar vítimas.
Um caso caricato aconteceu no município de Nampula, onde a candidata Filomena Mutoropa, do Partido Humanitário de Moçambique (PAHUMO), descobriu que a sua candidatura não constava do boletim de voto.
Em declarações ao canal público Rádio Moçambique, o ministro do Interior, Alberto Mondlane, disse que as forças de defesa e segurança tomaram todas as medidas necessárias para que a votação decorresse em segurança.