Os partidos políticos gregos estão mobilizados para as eleições antecipadas, convocadas para 25 de janeiro, em virtude da derrota parlamentar da coligação governamental que não conseguiu fazer passar a proposta para o novo chefe de Estado.
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"Fizemos tudo o que podíamos para elegermos um presidente da República para que o país evitasse eleições antecipadas, que significam um risco considerável e não desejado pela maioria dos cidadãos", sublinhou o primeiro-ministro e líder do partido Nova Democracia, Andonis Samaras, após a terceira derrota parlamentar.
Numa breve mensagem que foi transmitida pela televisão, Samaras responsabilizou os 132 deputados que decidiram rejeitar o candidato presidencial da Nova Democracia provocando acontecimentos que a "sociedade não queria".
"Agora, o povo deve restabelecer a estabilidade. Devemos restabelecer a estabilidade e sair dos memorandos. O povo não vai permitir o regresso dos memorandos", disse ainda Samaras referindo-se já às eleições antecipadas de 25 de janeiro.
O vice-presidente do governo e líder dos socialistas do PASOK, Evangelos Venizelos, reagiu da mesma forma, destacando que o partido "pagou um preço desmesurado pela crise".
Por outro lado, Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda Syriza, que se destaca nas sondagens eleitorais, considerou as eleições legislativas antecipadas como "uma vitória histórica da democracia".
Avaliação da troika adiada
O ministro das Finanças da Grécia, Gikas Jardúvelis, disse que devido às eleições antecipadas fica por resolver a data da próxima reunião com a troika de credores em Atenas prevista para janeiro.
"A negociação torna-se difícil porque é necessária a existência de um governo", disse Jardúvelis. "Se o governo continuasse a troika regressaria a Atenas no dia 10 de janeiro. Agora ninguém sabe", acrescentou.
Estava previsto que os representantes da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) retomassem em janeiro mais uma avaliação do programa de reformas, depois da reunião que esteve marcada para novembro ter sido adiada dois meses.
Segundo o governo de coligação Nova Democracia/PASOK, a Grécia pretende substituir o resgate por um "crédito reforçado" com condições menos austeras.
Em declarações aos jornalistas em Atenas, o ministro das Finanças disse que não sabe se o adiamento do resgate até finais de fevereiro vai ser suficiente para concluir as negociações com a troika.
Com o Executivo atual o tempo seria suficiente porque, afirmou, "o governo sabe exatamente o que tem de fazer".
O porta-voz do FMI, Gerry Rice, disse que as negociações para a quinta avaliação do programa de reformas não vão ser retomadas até à formação de um novo governo, vencedor das eleições antecipadas.