Os militares revoltosos que, esta quinta-feira, protagonizaram um golpe de Estado no Mali, encerraram as fronteiras do país. Presidente está num campo militar na capital rodeado de militares leais.
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"Fechámos todas as fronteiras até novas informações" disse o sargento Salif Kone, numa declaração na televisão estatal, rodeado de outros militares amotinados, que formaram uma junta a que chamaram Comissão Nacional para o Estabelecimento da Democracia.
Uma fonte aeroportuária confirmara antes o encerramento do aeroporto de Bamako, informando que todos os voos de e para o Mali haviam sido cancelados após o golpe de Estado.
A junta exige ainda a todos os funcionários públicos que voltem ao trabalho no dia 27 de março, garantindo que "qualquer falta injustificada será vista como abandono do posto", disse por seu lado o tenente Amadou Konare.
Acrescentou que os secretários-gerais dos ministérios ficam encarregados de "tratar dos assuntos correntes até que um novo governo tome posse".
Presidente está bem
O presidente, Amadou Toumani Touré, está num campo militar em Bamako, rodeado de soldados leais da sua guarda presidencial, indicaram fontes citadas pela agência AFP.
"O presidente está bem em Bamako, não está numa embaixada. Está num campo militar de onde dirige o comando", disse uma fonte militar leal ao regime, sob anonimato.
Um elemento próximo do presidente confirmou as informações, precisando que Touré está acompanhado por elementos da guarda presidencial.
Já antes, um outro militar leal ao presidente havia informado que Amadou Toumani Touré estava "bem" e "em lugar seguro", assim como os ministros da Segurança e da Defesa, visados pelos militares revoltosos.
O Mali, antiga colónia francesa, tinha previstas eleições presidenciais para 29 de abril próximo. O golpe de Estado militar tem merecido condenações dentro e fora do continente africano.
Entre as mais recentes reações, os Estados Unidos condenaram o golpe e exigiram "o regresso imediato da ordem constitucional" no país. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, acrescentou que os EUA se solidarizam "com os malianos e com o governo legitimamente eleito do presidente Amadou Toumani Touré".
Depois da União Africana e da Argélia, também a África do Sul e a Nigéria se juntaram aos protestos africanos.
Entretanto, em Paris, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês anunciou a suspensão da sua cooperação com o Mali e apelou ao "respeito pela integridade física" de Touré e "de todas as pessoas detidas, que devem ser libertadas".