As autoridades ucranianas começaram hoje, sábado, a aplicar o Programa estatal de encerramento da Central Atómica de Tchernobil e de transformação do "sarcófago" num sistema ecologicamente seguro.
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O programa, revelado hoje na Ucrânia, deverá ser realizado em quatro etapas e só terminará na segunda metade do séc. XXI.
Em Abril de 1986, a Central Atómica de Tchernobil foi palco de uma das maiores catástrofes industriais do séc. XX, tendo provocado poluição radioactiva no território de três países: Bielorrússia, Rússia e Ucrânia e obrigado à evacuação de milhares de pessoas.
Foi necessário construir um gigantesco sarcófago de betão sobre o reactor N.º 4 a fim de evitar fugas de radioactividade.
A primeira etapa de encerramento da central, que se prolongará até pelo menos 2013, prevê a retirada do combustível nuclear e o transporte para o lugar de conservação.
A etapa seguinte, que deverá durar até 2020, prevê a paragem definitiva dos reactores nucleares e a sua conservação.
Na terceira etapa, até 2045, prevê-se "a realização de obras de conservação dos reactores que os permita aguentar até ao momento em que ocorra a descida natural da radioactividade até um nível aceitável".
Na última etapa, que deverá terminar em 2065, planeia-se realizar a desmontagem dos reactores, bem como a limpeza das áreas com vista a retirar todas as limitações ao seu uso.
O Governo ucraniano aprovou uma lei que melhora as garantias sociais das populações que vivem em territórios onde se encontram empresas de extracção e transformação de urânio, reactores e centros de tratamento de resíduos nucleares.
A lei prevê a participação das comunidades locais na gestão dos meios investidos nesse sector.
No dia 31 de Dezembro de 2009, as autoridades da Lituânia encerraram a Central Nuclear Ignalinskaia, do mesmo tipo da Central de Tchernobil, construída há 26 anos atrás, quando Lituânia e Ucrânia faziam parte da União Soviética.
O seu encerramento foi uma das condições para a adesão da Lituânia à União Europeia.