O tribunal de Manchester, onde a enfermeira Lucy Letby foi condenada à prisão perpétua, em agosto, recebeu, esta segunda-feira, uma audiência em que se decidiu que a assassina em série responsável pela morte de pelo menos sete bebés terá direito a um segundo julgamento.
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A decisão para um novo julgamento foi tomada hoje, após os procuradores e a defesa manifestarem-se. Letby participou também na sessão através de uma videochamada feita a partir da cadeia.
A enfermeira será julgada a 10 de junho de 2024 no mesmo tribunal, em Manchester, pela tentativa de homicídio de uma bebé. A medida ocorre após o júri não ter chegado, em agosto, a um veredito para seis tentativas de homicídio contra cinco crianças.
O procedimento de um novo julgamento é comum em casos como a falha do júri ou dos juízes em alcançarem um veredito, uma decisão do Tribunal de Recursos ou com a revelação de novas provas convincentes relativos a crimes graves. Problemas como intimidação e irregularidades no processo podem ser também o motivo para um novo pedido de julgamento.
Lucy Letby, de 33 anos, foi condenada pelo homicídio de sete recém-nascidos e seis tentativas de homicídio contra três bebés meninos e duas meninas entre os anos de 2015 e 2016, na unidade neonatal do Hospital de Countess of Chester. A profissional de saúde foi absolvida ainda de duas acusações de tentativa de homicídio.
A defesa da enfermeira apresentou, na sexta-feira, um recurso contra todas as condenações – um juiz deve decidir se aceita ou não o pedido e, caso seja negado, os advogados podem pedir uma análise de um grupo de magistrados. Letby, que sempre negou as acusações, está presa desde julho de 2018.
As autoridades continuam a investigar a carreira da enfermeira. O investigador da polícia, Paul Hughes, citado pelo jornal "The Daily Mirror", refere que mais de quatro mil recém-nascidos passaram pelos dois hospitais que Letby trabalhou, entre 2012 e 2016. "Apenas os casos destacados como preocupantes do ponto de vista médico serão investigados mais detalhadamente", acrescentou.