O Equador decidiu conceder asilo político ao fundador do portal WikiLeaks Julian Assange, refugiado há dois meses na sua embaixada em Londres, anunciou esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros equatoriano, Ricardo Patiño.
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Segundo a agência France Presse, Quito "decidiu conceder asilo diplomático ao cidadão Julina Assange", anunciou o ministro numa conferência de imprensa no Ministério.
A polícia britânica está a guardar todas as portas da embaixada do Equador em Londres, onde o fundador do portal WikiLeaks se refugiou há dois meses.
Também a segurança na zona em redor da embaixada foi reforçada pela polícia britânica, que decidiu fechar a rua ao trânsito e aumentar o número de agentes.
Algumas dezenas de manifestantes estão, desde a noite passada, à frente da embaixada equatoriana à espera do anúncio da decisão sobre o pedido de asilo de Julian Assange - reclamado pela Suécia por alegada violação e agressão sexual a duas mulheres em 2010 -, marcado para as 13 horas de Lisboa.
Os ânimos exaltaram-se depois de Londres ter avisado que pretende invadir a embaixada do Equador, caso este país não entregue Julian Assange às autoridades australianas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico referiu na quarta-feira à noite que tem a "obrigação legal de extraditar Assange para a Suécia para aí ser interrogado sobre as acusações de agressões sexuais". "E estamos determinados a cumprir essa obrigação", referiu o ministério.
Londres poderá recorrer a uma lei de 1987 que permite a suspensão do estatuto diplomático de uma embaixada em determinados casos.
Numa nota emitida pela embaixada, as autoridades equatorianas acusam o Reino Unido de estar a fazer "uma ameaça de força" e alertam que a eventual invasão da representação diplomática será "um ato unilateral e vergonhoso e uma violação da Convenção de Viena, que protege as embaixadas em todo o mundo".
Nas imediações da embaixada encontram-se também militantes do movimento "Occupy London", chamados "Indignados", que ali acamparam durante a noite de quarta para quinta-feira e que dizem esperar "450 manifestantes".