O presidente turco rejeitou as críticas dos observadores internacionais ao referendo constitucional de domingo, que considerou "politicamente motivadas", e evocou a realização de um referendo sobre o prosseguimento das negociações com a UE.
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Ao dirigir-se a milhares de apoiantes no exterior do seu palácio presidencial em Ancara, Recep Tayyip Erdogan assegurou que a Turquia vai ignorar as conclusões dos observadores da OSCE.
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"Primeiro, conheçam o vosso lugar! Não vamos ver nem escutar os relatórios politicamente motivados que prepararam", afirmou o presidente turco antes de insistir que a votação foi "a eleição mais democrática" ocorrida num país ocidental.
No mesmo discurso, o chefe de Estado turco admitiu a realização de um referendo para decidir sobre o prosseguimento ou a interrupção das negociações de adesão à União Europeia (UE), uma dia após a sua vitória por margem mínima na consulta popular de domingo sobre o reforço dos seus poderes.
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"Há 54 anos que nos fazem esperar à porta da União Europeia, não é verdade? (...) Poderemos ir ao encontro do nosso povo, e obedeceremos à sua decisão", sugeriu Erdogan no seu discurso.
Uma missão comum de observadores da OSCE e do Conselho da Europa criticou a forma "desigual" como decorreu a campanha, assinalada por um controlo quase total dos meios de comunicação social e a disponibilização de importantes meios financeiros e humanos pelo AKP.
"Globalmente, o referendo não está à altura dos critérios do Conselho da Europa", declarou Cezar Florin Preda, chefe da delegação da Assembleia parlamentar do Conselho da Europa.
A missão também criticou a decisão do Supremo Conselho Eleitoral (YSK), pouco após o início da contagem dos votos, de considerar como válidos os que não possuíam o carimbo oficial das autoridades eleitorais, e que segundo a oposição é suscetível de fraudes.