O Governo espanhol avalia amanhã, terça-feira, se prolongará ou não o estado de alarme que vigora desde a noite de 3 de Dezembro no sector da aviação.
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O ministro do Fomento, José Blanco, disse à rádio Cadena SER que a prolongação, a avançar, seria proposta pelo primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, ao Conselho de Ministros e, posteriormente aos tribunais.
"Até ao momento, não descartámos o prolongamento", disse José Blanco, afirmando que os controladores aéreos "promotores da sabotagem" não são conscientes dos danos causados no país.
Recorde-se que o Governo espanhol tomou a medida sem precedentes de declarar o estado de alarme, primeiro dos três níveis do estado de emergência, depois dos controladores terem abandonado de forma massiva os seus locais de trabalho.
Essa situação levou ao fecho do espaço aéreo espanhol durante quase um dia, afectando as viagens de centenas de milhares de passageiros e provocando um custo estimado de mais de 330 milhões de euros.
Depois de repetidos apelos aos controladores para regressarem ao trabalho, o Governo entregou o controlo do espaço aéreo aos militares decretando o estado de alarme.
Paralelamente, começaram processos de investigação disciplinar e criminal contra os controladores que na semana passada começaram a ser chamados aos tribunais para depor.
Até ao momento, todos os controladores se recusaram prestar declarações alegando que, como estão sob controlo militar, deveriam ser julgados num tribunal militar e não num civil.
O debate sobre o alargamento do estado de alarme tem vindo a crescer nos últimos dias com alguns observadores a afirmarem que a medida pode ser prolongada para evitar mais protestos dos controladores na época natalícia.
Ainda assim analistas e especialistas sugerem que o uso desta medida prevista na Constituição espanhola não pode assumir um cariz preventivo.
Ao mesmo tempo, continuar a aplicá-la daria a imagem de que o Governo não tem soluções definitiva para o problema dos controladores.