"Estamos a entrar numa nova etapa política", diz um sorridente David Gozalo, após depositar o voto na mesa eleitoral do bairro de La Latina, no centro de Madrid.
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"Pela primeira vez em muitos anos mudei de partido e a sensação é muito boa", diz ao JN este economista de 46 anos, admitindo que depois de duas décadas a votar no PP, desta vez resolveu confiar numa das formações emergentes em Espanha, o Ciudadanos.
É também um dos muitos eleitores que pela primeira vez não vota "com o nariz tapado". A expressão costumava ser utilizada por muitos espanhóis para descrever a forma como votavam na época em que o bipartidarismo e a falta de alternativas os levava a escolher um partido não por o apoiar, mas para retirar o poder ao rival.
"Está a abrir-se um sistema político diferente, dividido entre quatro partidos que poderão fiscalizar-se melhor uns aos outros", congratula-se Gozalo. O mesmo opina Cristina Muñoz: "a partir de agora os políticos já não vão ter poder absoluto como no passado, terão que dialogar e isso é positivo".
Simpatizante do Podemos, a professora primária acredita que também as formas de fazer política vão mudar: "o debate não é apenas entre esquerda e direita, mas entre nova e velha política". Tem a sensação, por isso, que o momento é histórico: "estamos a entrar numa nova transição".