O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, avisou, este domingo, o Irão de que o tempo está a esgotar-se nas negociações sobre o programa nuclear de Teerão.
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De visita a Istambul, na Turquia, o chefe da diplomacia de Washington realçou que as negociações não são "um processo sem fim" à vista. "Não podemos conversar só por conversar", ironizou, em conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Ahmet Davutoglu.
"É nosso desejo encontrar uma solução diplomática, mas essa escolha está nas mãos dos iranianos", frisou, sublinhando que "o Irão está cada vez mais isolado" por ter escolhido "não satisfazer as exigências internacionais de clarificação dos seus programas" nucleares.
John Kerry constatou que "permanece um fosso" entre o Irão e o Grupo 5+1, que junta os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha, reunidos desde sábado, em Almaty (Cazaquistão), para a última ronda de negociações.
"Isto não é um processo interminável. Esperamos que de Almaty saia uma redução das divergências", disse, sublinhando, porém, que "a porta permanece aberta".
Após dois dias em Almaty, as negociações com o Irão estão de novo num impasse, embora ainda não em risco de colapso. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, reconheceu que as partes estão ainda "muito afastadas".
As principais potências mundiais suspeitam que o Irão esteja a tentar fabricar armas atómicas, mas Teerão alega ter o direito de utilizar urânio enriquecido, componente fundamental do ciclo nuclear, e garante estar a fazê-lo apenas para fins civis. Já Israel continua a não excluir um ataque preventivo contra instalações nucleares no Irão.