
Presidente polaco, o conservador Karol Nawrocki, assumiu o cargo em agosto deste ano.
Foto: Leszek Szymanski / EPA
O presidente polaco denunciou esta quarta-feira, na cimeira do Grupo de Visegrado, na Hungria, que a Rússia está a conduzir uma "guerra híbrida" na Europa, afirmando que apenas uma forte presença dos Estados Unidos pode garantir a defesa do continente.
Após o encontro dos chefes de Estado dos quatro países do Grupo de Visegrado - Polónia, Hungria, Chéquia e Eslováquia -, Karol Nawrocki afirmou que Moscovo está a atacar infraestruturas e a operar através dos seus serviços de informações no território polaco (vizinho da Ucrânia) e no resto da Europa, segundo a agência húngara MTI. O líder de Varsóvia acrescentou que, perante esta ameaça, apenas um reforço da presença norte-americana pode garantir proteção adequada face às ações russas.
Nawrocki considerou, por isso, que o aprofundamento da aliança transatlântica serve os interesses do Grupo de Visegrado, tanto no domínio da Defesa como no da Energia, numa altura em que o agrupamento enfrenta tensões internas provocadas pelas posições do primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orbán, o aliado mais próximo de Moscovo na União Europeia (UE). O chefe de Estado polaco cancelou a reunião bilateral com Orbán prevista para quinta-feira, em protesto contra a visita do líder húngaro a Moscovo na semana passada, onde se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin.
Apesar das divergências, os quatro chefes de Estado convergiram na importância de manter a cooperação no seio do grupo. O presidente eslovaco, Peter Pellegrini, afirmou que os quatro países enfrentam desafios semelhantes, como a necessidade de construir uma economia forte e resiliente, competitiva no mercado internacional.
O chefe de Estado checo, Petr Pavel, destacou igualmente a relevância da cooperação, sobretudo nas áreas da defesa e na resposta aos desafios colocados à UE. Já o presidente húngaro, Tamás Sulyok, sublinhou que a colaboração entre os membros do Grupo de Visegrado permanece um pilar essencial da cooperação na Europa Central.
