Shatha al-Sabbagh, uma estudante de jornalismo e repórter independente, de 21 anos, foi morta a tiro quando se encontrava com a mãe e duas crianças a comprar chocolates numa loja em Jenin, na Cisjordânia. A família acusa a Autoridade Palestiniana pela morte.
Corpo do artigo
"Comecei a gritar 'parem de disparar! A minha filha está morta. A minha filha está morta", conta Umm al-Motassem, mãe de Shatha, citada pela BBC. Os disparos contra a jovem mulher prolongaram-se, no entanto, ao longo de dez minutos, no dia 28 de dezembro.
A jornalista era uma mulher ativa nas redes sociais, onde publicava imagens da destruição causada pelos combates entre membros da Autoridade Palestiniana e as forças israelitas. Algumas das suas publicações homenageavam os jovens mortos na luta entre as duas forças, como as que visavam o seu irmão, que também morreu em combate. Um dos objetivos do seu trabalho era dar conta do sofrimento dos palestinianos.
No campo de refugiados de Jenin, onde Shatha morreu, a vida está em suspenso. O fornecimento de água e eletricidade foi interrompida, e as famílias enfrentam frio intenso, falta de comida e tiroteios contínuos, o que leva as pessoas a terem medo de sair à rua.
A família de Shatha al-Sabbagh acredita que terão sido membros da Autoridade Palestiniana a disparar contra a mulher, mas a organização refuta a acusação, alegando que foram membros terroristas, nomeadamente pertencentes à Jiad Islâmica, que praticaram o crime.
O Sindicato Palestiniano dos Jornalistas pediu uma investigação independente ao homicídio.
A violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, agravou-se desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas contra solo israelita em 7 de outubro de 2023.