A alimentação mediterrânica pode ajudar a diminuir o risco de desonvolver cancro na próstata, cancro colorretal e cancro do útero e reduzir em 17% o risco de as mulheres morrerem de uma doença oncológica. As conclusões são de uma equipa de investigação que se debruçou sobre o impacto da nutrição no cancro.
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A dieta mediterrânica é apontada como sendo importante para a perda saudável de peso e para a redução da obesidade, que constitui um fator de risco para o cancro e de várias outras doenças crónicas como a diabetes tipo II, doenças cardíacas e renais, derrames, entre outras.
O estudo, realizado por dezenas de especialistas na área do cancro, que analisaram os dados constantes do projeto europeu EPIC - European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition (EPIC) foi publicado, esta terça-feira, no JAMA Network Open. Os dados reúnem informação sobre saúde e hábitos alimentares de mais de 450 mil pessoas, entre os 35 e os 70 anos, de 1992 até 2000, em 23 centros de 10 países. Grécia, Itália e Espanha são três dos países analisados, sendo também conhecidos pelo uso da dieta mediterrânica.
As pessoas que adotam a dieta mediterrânica têm ainda menos 6% de risco de desenvolver cancros relacionados com a obesidade, aponta a investigação, que não descobriu qualquer implicação desta dieta no cancro da mama.
Aguilera-Buenosvinos, cientista e pós-doutorada em Nutrição e Metabolismo na Universidade de Navarra, e uma das autoras do estudo, confessa que “mesmo uma pequena redução no risco individual pode-se traduzir em milhares de casos de cancro prevenidos", quando a análise se aplica ao nível populacional. "Promover a adesão à dieta mediterrânica como um padrão alimentar de baixo custo, acessível e sustentável, pode ter um grande impacto nas estratégias de prevenção do cancro”, afirmou, ciatada pela CNN Internacional.
A dieta mediterrânica é fácil de confecionar, sendo baseada sobretudo em frutas e vegetais, cereais integrais, leguminosas e azeite. No caso das gorduras saturadas, como a manteiga, devem ser consumidas raramente. Açúcares e alimentos refinados devem ser evitados, apontam os autores do trabalho.
Nesta dieta, a carne vermelha é usada com moderação, muitas vezes só para dar sabor ao prato. Peixes saudáveis e oleosos, com bastante ómega-3, são aconselhados, enquanto os ovos e os laticínios devem ser consumidos em porções muito mais pequenas do que na dieta tradicional. Os alimentos altamente processados, típicos de uma dieta ocidental, podem conter produtos químicos e aditivos que podem ser prejudiciais, e aumentar o risco do cancro.