Os Estados Unidos e a Alemanha pediram à Turquia a libertação do mecenas e ativista turco Osman Kavala, condenado a prisão perpétua por um tribunal de Istambul.
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O mecenas e ativista dos direitos cívicos Osman Kavala, de 64 anos, foi condenado a prisão perpétua, sem recurso a liberdade condicional, considerado culpado de tentar derrubar o governo no âmbito dos protestos antigovernamentais de 2013.
Detido sem julgamento desde 2017, Osman Kavala denunciou recentemente perante um tribunal de Istambul "a influência dos políticos" e o "envolvimento" do presidente Recep Tayyip Erdogan no seu caso.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, disse, na segunda-feira, estar "profundamente perturbado e desapontado" com uma sentença que considerou injusta.
A condenação de Osman Kavala "é contrária ao respeito pelos direitos humanos, liberdades fundamentais e estado de direito", disse Ned Price, num comunicado.
Também a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, pediu a "libertação imediata" de do ativista turco.
Baerbock considerou que o julgamento "esteve em flagrante contradição com as normas do Estado de direito e com as obrigações internacionais com as quais a Turquia se comprometeu como membro do Conselho da Europa e candidata à adesão à União Europeia (UE)", de acordo com um comunicado.
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos pediu à Turquia para libertar Kavala, lembrou a ministra alemã.
O diretor da Amnistia Internacional para a Europa, Nils Muiznieks, também criticou em comunicado o que considerou uma "farsa da justiça" que "desafia o bom senso".