As forças armadas norte-americanas iniciaram, esta quarta-feira, uma investigação formal sobre o envolvimento na morte de dezenas de civis em Mossul, no Iraque.
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O general Joseph Votel, chefe do comando central dos EUA, disse no Congresso que os combatentes do grupo jiadista Estado Islâmico (EI) estão a utilizar pessoas como escudos humanos para evitarem ser atingidos por bombardeamentos, e a explorar a "sensibilidade" norte-americana à morte de civis.
"À medida que progredimos no tecido urbano vai ser cada vez mais difícil aplicar os métodos extraordinariamente elevados para o que estamos a fazer, apesar de irmos tentar", disse Votel durante uma reunião com membros da Câmara dos representantes.
O general referiu ainda que a investigação vai centrar-se no eventual envolvimento dos combatentes do EI nas mortes civis resultantes do bombardeamento aéreo de 17 de março. Assinalou ainda que as munições utilizadas pelos EUA naquele dia não tinham capacidade para derrubar todo o edifício e sugeriu que o EI disparou deliberadamente sobre civis e colocou outros explosivos no local.
Testemunhas locais referem que este ataque sobre um edifício e atribuído à coligação internacional liderada pelos EUA provocou pelo menos 100 mortos civis.
Na terça-feira, a Amnistia Internacional (AI) denunciou a morte de centenas de civis em bombardeamentos no interior das suas casas ou em refúgios, após o Governo do Iraque lhes ter pedido para não fugirem durante a ofensiva na cidade de Mossul.
Testemunhas e sobreviventes que residem no leste de Mossul, norte do Iraque, zona reconquistada ao EI no final de janeiro, asseguraram à ONG de defesa dos direitos humanos que receberam instruções das autoridades iraquianas para ficarem em casa e não fugirem.
A AI também sugeriu que o aumento das mortes civis indica que a coligação liderada pelos norte-americanos não está a adotar as necessárias precauções na sua contribuição militar, junto com as forças iraquianas, para retomar a cidade.