A embaixada virtual dos Estados Unidos em Caracas advertiu, no Twitter, as autoridades venezuelanas de que "haverá consequências" se não libertarem o vice-presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Edgar Zambrano.
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"A detenção arbitrária de Edgar Zambrano pelas forças de segurança opressivas de Maduro é ilegal e imperdoável", escreveu na quarta-feira a embaixada, cuja sede está na capital norte-americana. "Se não for libertado imediatamente, haverá consequências", advertiu a embaixada na sua conta oficial de Twitter, administrada pelo Departamento de Estado norte-americano, a partir de Washington.
Funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (Sebin, serviços secretos) detiveram na quarta-feira o vice-presidente da Assembleia Nacional, anunciou Zambrano.
"Fomos surpreendidos pelo Sebin, como nos negámos a sair da nossa viatura, usaram uma grua para transportar-nos de maneira forçada diretamente ao Helicoide [prisão do Sebin]. Nós, democratas, vamos continuar a lutar", escreveu o parlamentar.
Numa outra mensagem, publicada na mesma rede momentos antes, o deputado alertava o povo venezuelano de que se encontrava dentro da sua viatura, junto da sede do seu partido, a Ação Democrática, em La Florida (centro-leste de Caracas), "cercados pelo Sebin".
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela acusou o vice-presidente do parlamento de vários crimes, como traição à pátria e conspiração, por ter apoiado uma tentativa de golpe de Estado contra o chefe de Estado, Nicolás Maduro.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da AN, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente interino e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio de mais de 50 países, incluindo os EUA e a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, que reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Nicolás Maduro, de 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada por Washington.
À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou mais de 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados da ONU.