O Governo norte-americano disseram este domingo haver poucas dúvidas de que foram utilizadas armas químicas na Síria e assinalaram que a aceitação por parte do regime de Damasco de inspeções das Nações Unidas chega demasiado tarde.
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De acordo com uma fonte da administração norte-americana, há "muito poucas dúvidas" de que houve recurso a armas químicas na Síria, depois de, no sábado, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras ter confirmado a morte de 355 pessoas com sintomas neurotóxicos em três hospitais sírios.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos assinalaram que a oferta de Damasco de permitir a inspeção dos locais de alegados ataques às Nações Unidas chega "demasiado tarde para ser credível".
A mesma fonte afirmou que, tendo em conta o número de vítimas e os respetivos sintomas, para além de informação confidencial dos Estados Unidos e de outros países, "há muito poucas dúvidas nesta altura de que uma arma química foi usada pelo regime sírio contra civis".
"Se o governo sírio não tivesse nada a esconder e quisesse mostrar ao mundo que não usou armas químicas neste incidente teria cessado os seus ataques na área e garantido acesso imediato às Nações Unidas há cinco dias", afirmou o elemento da administração norte-americana.
Agora, segundo o mesmo responsável, é demasiado tarde "porque as provas disponíveis foram corrompidas de forma significativa como resultado dos bombardeamentos persistentes do regime e de outras ações intencionais nos últimos cinco dias".
O regime sírio autorizou hoje a entrada de inspetores da ONU no país para investigarem "imediatamente" o alegado uso de armas químicas nos arredores de Damasco, anunciou hoje o ministério sírio dos negócios estrangeiros.
"Foi hoje concluído em Damasco um acordo entre o governo sírio e as Nações Unidos, que permite à equipa da ONU, dirigida pelo professor Aake Sellström, investigar o alegado uso de armas químicas na província de Damasco", disse o ministério num comunicado.
De acordo com a mesma fonte, o acordo "entra em vigor imediatamente".