O comissário europeu Dimitris Avramopoulos afirmou, esta quinta-feira, que a União Europeia tem apenas mais dez dias para reduzir significativamente o fluxo de migrantes e refugiados provenientes da Turquia, sob pena de o sistema de Schengen colapsar.
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A advertência do comissário grego, desde 2014 responsável pela pasta da Migração, Assuntos Internos e Cidadania, foi deixada no fim de uma reunião de ministros em Bruxelas, com o objetivo de tentar solucionar a crise instalada na Europa. Uma nova cimeira UE-Turquia sobre os refugiados está agendada para o dia 7 de março.
Há cada vez mais estados-membros da UE a decidir fechar as suas fronteiras e a reinstalar postos de controlo, suspendendo a aplicação do princípio da livre circulação estipulado pelo Acordo de Schengen, que foi subscrito por 26 países comunitários, além da Islândia, da Noruega e da Suíça.
Alemanha, Áustria, República Checa e Eslováquia foram os primeiros estados-membros a suspender as normas de Schengen, em setembro de 2015.
"No dia 7 de março, queremos um aredução significativa do número de refugiados na fronteira entre a Turquia e a Grécia", afirmou, por seu turno, Thomas de Maiziere, ministro alemão do Interior, à chegada a Bruxelas.
Recentemente, a Organização Internacional das Migrações revelou que mais de 100 mil refugiados e migrantes chegaram à Europa através do Mediterrâneo desde janeiro, enquanto outros 413 morreram a tentar fazê-lo.
Só em fevereiro, chegaram à Grécia mais de 35 mil, 48% dos quais oriundos da Síria, 25% do Afeganistão, 17% do Iraque, 3% do Irão e 2% do Paquistão.
Em Itália, em contrapartida, durante fevereiro foram reportados vários dias sem chegadas, devido às duras condições do mar. Mas na segunda-feira passada, 940 pessoas foram resgatadas no Canal da Sicília.
A maioria dos migrantes que chega a Itália é proveniente de África: Marrocos, Guiné-Conacri, Senegal, Gâmbia, Nigéria ou Somália, entre outros países.