As forças curdas da Síria anunciaram esta quinta-feira em comunicado que vão respeitar a trégua que deve entrar em vigor no sábado, mas reservam-se o direito de "ripostar" em caso de ataque.
Corpo do artigo
"Nós, Unidades de Proteção do Povo Curdo [YPG], concedemos uma grande importância ao processo de cessação das hostilidades anunciado pelos Estados Unidos e Rússia e vamos respeitá-lo, reservando-nos o direito de ripostar (...) se formos atacados", afirma o comunicado hoje divulgado pelo porta-voz das YPG, Redur Xelil, na sua página do Facebook.
"As nossas forças respeitarão a interrupção das hostilidades em caso de aplicação do acordo e reservam-se o direito à autodefesa", indicaram por sua vez em comunicado as Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coligação liderada pelas YPG mas que também integra combatentes árabes.
Desde o início do conflito na Síria que os curdos se distanciaram, quer do regime, quer dos rebeldes, na perspetiva de estabelecerem uma administração local autónoma no norte do país.
Com a emergência do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que assumiu o controlo de diversos territórios no país em guerra, os curdos acabaram por se envolver em diversas batalhas contra os 'jihadistas'. Em paralelo, beneficiaram da derrota dos rebeldes face ao regime de Bashar al-Assad na região de Alepo (norte) para se apoderarem de diversas localidades numa zona situada a 20 quilómetros da fronteira turca, suscitando sinais de alarme em Ancara.
A Turquia considerou hoje que o acordo de cessar-fogo não é "obrigatório" para o país e também se reservou o direito de ripostar a qualquer ataque contra o seu território pelas YPG, que considera uma organização "terrorista".
A artilharia turca tem vindo a bombardear as posições do YPG no outro lado da fronteira em resposta, segundo Ancara, aos disparos desta milícia contra as suas posições.