O governo espanhol está a conceder "algumas horas" para que os antigos membros do governo autónomo da Catalunha, destituídos na sexta-feira, recolham objetos pessoais dos gabinetes oficiais que ocupavam.
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Juan Ignacio Zoido, ministro do Interior do Executivo espanhol, disse à televisão Antena 3 que a autorização para a retirada dos objetos pessoais enquadra-se na vontade do governo em recuperar a "normalidade institucional", o mais rápido possível, de forma "discreta" e com "intervenção mínima" por parte das autoridades.
Na entrevista à estação de televisão espanhola, Zoido sublinhou que a "eliminação" do corpo de polícia regional (Mossos d'Esquadra) nunca esteve em discussão.
Enquanto isso, dezenas de jornalistas, fotógrafos e operadores de câmara esperam, desde cedo, em frente à Generalitat (Governo regional) pela chegada do presidente demitido Carles Puigdemont, depois de no sábado ter desafiado Madrid, que o tinha afastado no dia anterior.
O Governo espanhol está a fazer o teste decisivo para confirmar se controla efetivamente o funcionamento do executivo regional catalão e toda a sua máquina administrativa, no primeiro dia de trabalho depois do anúncio na sexta-feira das medidas de intervenção.
Questionado pela fotografia difundida através das redes sociais em que se pode ver Josep Rull, destituído do governo regional e que tutelava a pasta Território e Sustentabilidade, no gabinete oficial esta segunda-feira de manhã, o ministro espanhol do Interior pediu para que "seja sensato".
"Estamos a dar-lhes algumas horas para que retirem os objetos pessoais, porque queremos recuperar a normalidade, com a maior discrição e com a mínima intervenção", disse Zoido.
O ministro pediu "responsabilidade" aos membros destituídos do governo regional catalão para que não "sejam implicados mais funcionários" acusando os "independentistas" de provocarem a divisão da sociedade da Catalunha.
Na mesma entrevista, o ministro do Interior acrescentou que tem esperança de que até às eleições marcadas para o dia 21 de dezembro se mantenha a "convivência pacífica" e que todos os partidos se empenhem na campanha eleitoral na apresentação dos respetivos programas.
Por outro lado, o membro do governo do Partido Popular reiterou que os próximos orçamentos do Estado vão abordar a questão da equiparação salarial da Polícia Nacional e da Guardia Civil em relação aos corpos policiais das várias regiões autónomas espanholas.