O ex-tesoureiro do Partido Popular espanhol Luis Bárcenas forneceu, na segunda-feira, ao juiz, documentação que alegadamente eleva para 8,3 milhões de euros a quantia não tributada que circulou na sede do partido.
Corpo do artigo
De acordo com o jornal "El Mundo", o PP utilizou, presumivelmente, durante duas décadas formas ilegais de financiamento através de contribuições de empresários que podem ter atingido, no período em que Bárcenas foi tesoureiro, os 8,3 milhões de euros.
O valor consta, segundo o jornal espanhol, de novas informações contidas num arquivo digital que foi fornecido, na segunda-feira, ao tribunal pelo ex-responsável pelas contas do partido.
O dinheiro circulava em envelopes e era entregue aos dirigentes do PP, incluindo o atual chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, que já negou as acusações, acrescenta o jornal.
O ex-tesoureiro do PP espanhol afirmou na segunda-feira perante um juiz, em Madrid, que em 2010 entregou 25.000 euros da chamada contabilidade paralela do partido a Mariano Rajoy e outros 25.000 euros à secretária-geral, segundo a acusação.
Fontes citadas pela agência EFE indicaram que Luis Bárcenas disse ter feito as entregas pessoalmente, em março de 2010, em notas de 500 euros metidas em envelopes castanhos, e, no caso da secretária-geral, María Dolores de Cospedal, a entrega foi feita no gabinete dela na sede do partido.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro de Espanha desde 2011 e líder do PP desde 2004, foi envolvido por Luis Bárcenas no escândalo de pagamentos irregulares a dirigentes do partido e de donativos ilegais de empresários em troca de contratos de adjudicação. Rajoy nega as alegações.