O exército iraquiano anunciou a entrada das suas forças em Mossul, pela primeira vez desde a tomada desta cidade pelo grupo jiadista Estado Islâmico em junho de 2014.
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As forças armadas iraquianas entraram na cidade de Mossul, declarou o centro de comando de operações conjunto, responsável pela ofensiva para recuperar a cidade.
Os militares tomaram o edifício onde se encontra a estação de televisão de Mossul.
"É o início da verdadeira libertação da cidade de Mossul. O nosso objetivo final é a libertação total" da cidade, anunciou o general Taleb Cheghati al-Kenani, comandante do serviço de contra terrorismo iraquiano (CTS).
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) tentou transportar, na segunda-feira, 25 mil civis de uma região do sul de Mossul para o centro da cidade para serem usados como escudos humanos na ofensiva contra as tropas iraquianas, anunciou a ONU.
Os civis foram levados em "milhares de veículos", disse o porta-voz do Gabinete dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Ravina Shamdasani.
Contudo, a maioria dos carros não conseguiu chegar ao seu destino, porque havia aviões da coligação militar que apoia o Iraque a patrulhar a área e os obrigou a regressar a Hammam al Ali, a região de onde tinham partido.
"Estamos muito preocupados com o destino destes e de outras dezenas de milhares de civis que foram deslocados pelo Estado Islâmico nas últimas duas semanas", disse Ravina Shamdasani.
Segundo o Estatuto de Roma, tratado fundador do Tribunal Penal Internacional, o sequestro de pessoas num conflito armado é um crime de guerra.
"Observamos que para o Estado Islâmico sequestrar civis e levá-los o mais próximo possível da cidade de Mossul, tal como os seus escritórios e instalações militares, tornou-se um padrão de conduta", disse o porta-voz da ONU. O objetivo é garantir que as zonas onde operam estejam fortemente povoadas para impedir as operações militares contra si, explicou.
Além disso, revelou Hammam al Ali, a ONU tem informações sobre uma nova execução em massa do Estado Islâmico perpetrada no último sábado contra 40 soldados do exército iraquiano, cujos corpos foram atirados ao rio Tigre.
Os jiadistas também ameaçam as famílias de pessoas que consideram ser apoiantes das forças de segurança iraquianas.
A ONU aplica uma metodologia rigorosa para verificar a veracidade deste tipo de informações antes de serem comunicadas à imprensa.