O cabeça da lista da extrema-direita francesa às eleições europeias, Jordan Bardella, apontado pelas sondagens como favorito de uma maioria de eleitores, afirmou que esta votação será um primeiro passo para o seu partido chegar ao poder em França.
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"Hoje somos o primeiro partido em França. Amanhã seremos o partido da alternância", disse hoje Bardella, num comício de campanha da União Nacional (RN), em Paris, perante 5.500 pessoas e apoiado, em particular, pela candidata do partido à presidência da República Francesa, Marine Le Pen.
Bardella, de 28 anos, sem as mencionar diretamente, referiu-se às sondagens que lhe dão 32 a 33% dos votos, pelo menos o dobro do que atribuem à lista do atual chefe de Estado, Emmanuel Macron.
"Ajudem-me a fazer do 9 de junho [data das eleições para o Parlamento Europeu] a primeira etapa do pós-macronismo", disse Bardella.
Perante uma visão de aprofundar a integração da União Europeia, Bardella sublinhou que o seu partido defende "uma Europa das nações" como a concebida pelo general Charles de Gaulle em que cada país é quem decide a sua política.
"Connosco, [a presidente da Comissão Europeia] Ursula von der Leyen nunca poderá enviar os filhos de França para onde quiser", numa alusão às polémicas das últimas semanas sobre a possibilidade de serem enviados instrutores militares franceses para território ucraniano.
Bardella não se absteve de falar de um dos principais temas do seu partido, a imigração.
Antes de Bardella, interveio Marine Le Pen, que também criticou o Macron e o seu partido, Renascimento: "Os europeístas que se apresentam como progressistas são na verdade retrógrados. Na realidade intitulam-se 'Renascimento', mas deviam antes chamar-se 'enterro' do nosso poder de compra, dos nossos empregos, do nosso futuro."
A líder da extrema-direita francesa afirmou que "a França merece mais do que Emmanuel Macron, a Europa merece mais do que Von der Leyen".
A manifestação foi brevemente perturbada por duas mulheres que, no meio do discurso de Bardella, se levantaram e começaram a gritar palavras de ordem políticas com o peito exposto, antes de serem retiradas pelas autoridades.