A família da germano-israelita Shani Louk confirmou esta segunda-feira a morte da jovem de 22 anos após semanas de incerteza sobre o seu estado de saúde, devido a ferimentos provocados pelo ataque do Hamas a Israel, no dia 7 deste mês.
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"Infelizmente, recebemos ontem [domingo] a notícia de que a minha filha já não está viva", disse a mãe de Louk, Ricarda Louk, à emissora alemã RTL, que soube do aparente rapto da filha após ver imagens em que era transportada inconsciente num veículo, após os ataques do Hamas, que causaram a morte de cerca de 1400 pessoas.
As autoridades alemãs ainda não fizeram qualquer declaração, embora Ricarda Louk tenha indicado que a informação lhe foi comunicada pelo exército israelita.
A mulher acrescentou que o corpo da sua filha ainda não foi encontrado, embora tenha sido recuperada uma lasca de um osso do crânio e uma amostra de ADN, tal como noticiado pela agência de notícias alemã DPA.
A mãe presume que a filha está morta desde 7 de outubro como resultado de um possível ferimento de bala na cabeça durante o ataque.
A jovem foi raptada no festival "Supernova"
A família acredita que Shani foi morta pelo grupo islamista palestiniano num festival de música no deserto do Negev, em Israel.
As fotografias e vídeos que circulam na Internet mostram o cadáver de Shani numa carrinha, embora a família esperasse que ela estivesse gravemente ferida e tivesse sido transferida à força para a Faixa de Gaza.
Segundo a DPA, Ricarda Louk descreveu a confirmação da morte da filha como "terrível", mas disse que era positivo saber com certeza o que tinha acontecido: "Pelo menos ela não sofreu".
Pouco tempo depois, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel confirmou a morte de Louk.
"Estamos devastados por partilhar que a morte da alemã-israelita Shani Louk foi confirmada", afirmou numa mensagem na conta do ministério na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
"Shani, que foi raptada durante um festival de música, torturada e exposta em Gaza pelos terroristas do Hamas, sofreu horrores incomensuráveis. Os nossos corações estão destroçados. Que a sua memória seja uma bênção", indica o Governo israelita.
239 reféns em Gaza
Também esta segunda-feira, o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, disse que as autoridades confirmaram até agora que 239 pessoas estão detidas na Faixa de Gaza na sequência de ataques do Hamas, que afirmou recentemente que cerca de 50 dos reféns tinham sido mortos pelos fortes bombardeamentos das forças israelitas no enclave.
As autoridades da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, informaram que mais de 8000 palestinianos foram mortos em bombardeamentos contra o enclave.
O número vem juntar-se aos mais de 100 palestinianos mortos em operações das forças de segurança israelitas e em ataques de colonos na Cisjordânia, segundo a Autoridade Palestiniana.
Entretanto, o Ministério Público alemão abriu um inquérito contra o Hamas por alegado assassínio, homicídio involuntário e rapto de cidadãos alemães no âmbito dos ataques, na sequência de petições das famílias dos alemães afetadas pelos ataques.
Entre as vítimas conta-se Carolin Bohl, de 22 anos, que foi morta durante o ataque ao kibutz de Nir Oz, perto da fronteira de Gaza.