Os diplomatas envolvidos na negociação entre as potências do ocidente e o Irão sobre o nuclear no país persa, chegaram, esta terça-feira, a acordo, em Viena, Áustria, ao fim de uma maratona negocial de 17 dias.
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O histórico acordo põe fim a doze anos de discórdia com o Irão, que tentou lançar um programa nuclear, sempre sob fortes protestos dos países do Ocidente. Teerão sempre insistiu que o objetivo era pacífico, mas houve sempre uma forte desconfiança de que o verdadeiro objetivo do regime persa seria desenvolver tecnologia para construir uma bomba atómica. Os iranianos foram, por isso, vítimas de pesadas sanções, que contribuíram para o asfixiar da economia do país.
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A novembro de 2013, foi anunciado um entendimento de princípio para que o programa nuclear possa existir, sob controlo ocidental. Irão e o chamado Grupo 5+1 - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha, tentavam, desde aí, fechar um acordo definitivo, que garanta que Teerão não tenta obter uma bomba atómica recebendo como contrapartida um levantamento das sanções económicas que lhe foram impostas.
10 páginas e cinco anexos
O documento hoje assinado, que tem perto de 100 páginas e cinco anexos, prevê um compromisso para a inspeção de instalações nucleares e no Irão. Os inspetores poderão visitar as instaleções se tiverem legítima suspeita de atividade nuclear não declarada, e caso o Irão se recuse, uma comissão internacional pode ter voto vinculativo para obrigar os iranianos a permitirem as inspeções.
Caso o Irão não cumpra as condições do acordo, as sanções irão ser repostas automaticamente dentro de 65 dias, caso não se consiga resolver a bem a disputa. Vai manter-se também um embargo de venda de armas ao Irão por mais cinco anos e as restrições aos mísseis balísticos vão continuar por mais oito anos, diz a Reuters.
Os principais pontos do acordo estão elencados aqui.
Reações positivas menos de Israel
A primeira reação chegou de Israel, o país que sempre se opôs, e vigorosamente, às negociações. Para o primeiro-ministro israelita, é um acordo de proporções históricas.
O presidente dos EUA, Barack Obama, garantiu que irá apoiar a defesa do Estado de Israel, mas saudou o acordo hoje atingido. O presidente do Irão, Hassan Rohan, sublinhou que "o Irão nunca vai tentar produzir armas nucleares".
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Javad Zarif, falou de "momento histórico". "Conseguimos um acordo que não é perfeito para ninguém, mas é o que conseguimos e é uma proeza para todos nós", disse, adiantando: "Estamos a começar um novo capítulo de esperança.
As reações vindas de todo mundo também não se fizeram esperar, com elogios aos esforços que hoje chegaram a bom porto.