Estado-Maior da guerrilha de Cabinda anunciou uma trégua durante a realização da Taça Africana das Nações (CAN2010), medida que classificou como "atitude responsável".
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Num comunicado, o tenente-general Estanislau Miguel Boma, chefe do Estado-Maior Geral das Forças Armadas Cabindesas Unificadas, salienta que a guerrilha decidiu "adoptar uma atitude responsável" em relação à CAN2010, pelo que se "abstém de qualquer acto de violência" no território.
O objectivo é assegurar "melhor garantia de segurança aos civis indefesos", lê-se no documento enviado à Agência Lusa.
Todavia, Estanislau Boma apela às autoridades angolanas para que dêem uma "prova de vontade política" na busca de "uma solução de diálogo" para o conflito em Cabinda, tendo vista "trazer a verdadeira paz no território".
O comunicado, com data de hoje, segunda-feira, foi divulgado três dias depois de, numa operação levada a cabo pelos guerrilheiros cabindas, o autocarro da selecção de futebol do Togo, que viajava desde a vizinha República do Congo, ter sido metralhado.
Do ataque resultaram três mortos: dois togoleses e o motorista angolano.
A operação foi reivindicada horas depois do sucedido pelas auto-proclamadas Forças de Libertação do Estado de Cabinda/Posição Militar (FLEC/PM), organização dissidente da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC).
A ala militar da FLEC desmentiu que a autoria do ataque tenha pertencido aos dissidentes e voltou a reivindicar a operação de sexta-feita, embora lamentando que a selecção do Togo tenha sido envolvida na operação.