Torturas, violações, abortos forçados e falta de comida são algumas das queixas de antigos prisioneiros de cadeias norte-coreanas. Muitos deles tiveram de comer insetos para sobreviver.
Corpo do artigo
Um relatório feito com base em testemunhos de antigos prisioneiros foi divulgado esta sexta-feira pela organização não-governamental Korea Future, que investiga violações dos direitos humanos no país. O organismo reuniu centenas de casos de sobreviventes para investigação.
"O objetivo do nosso relatório é basicamente revelar as violações dos direitos humanos que ocorreram nos estabelecimentos prisionais da Coreia do Norte. Apesar de a ONU ter criado uma Comissão de Inquérito ainda existem violações sistemáticas dos direitos humanos", referiu Kim Jiwon, investigador da Korea Future.
Ainda no relatório apresentado pela organização é documentado que existem mais de mil casos de pessoas que foram torturadas e mal tratadas. "Quando criamos coelhos, eles ficam em tocas com cercas e damos-lhes comida. Na prisão era como se fôssemos coelhos, fechados numa cela a receber comida atrás das grades... não éramos tratados como humanos, mas sim como animais", referiu à CNN um sobrevivente, sem querer revelar a identidade.
O Korea Future alegou ainda que os abusos são cometidos por chefes de guardas prisionais. Entre os casos estão o de uma mulher que diz ter sido forçada a abortar já num estado avançado da gravidez, o de outra que foi alimentada com apenas 80 gramas de milho por dia, vendo-se obrigada a comer baratas, e o de uma terceira mulher que era torturada até 17 horas diárias durante 30 dias.