As forças leais ao presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, renderam-se, terça-feira, aos "capacetes azuis" da força da ONU no país, a missão da ONUCI.
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Um comunicado da ONUCI refere que três altas patentes das forças leais a Gbagbo telefonaram para o quartel-general da missão das Nações Unidas para comunicarem que "as Forças de Defesa e Segurança receberam ordens para se renderem e procurarem protecção junto dos capacetes azuis das Nações Unidas".
Numa referência à possibilidade de o próprio Gbagbo participar nestes contactos, fontes da ONU optaram por não confirmar essa eventualidade, mas admitiram que "está a ser preparado um documento" relacionada com os últimos desenvolvimentos.
Já o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, assinalou que "estão a decorrer conversações a este respeito" e que os três militares que se renderam "pediram às suas tropas para pararem de lutar".
Em paralelo, o ministro dos negócios estrangeiro francês Alain Juppé, afirmou que as negociações "prosseguem" para que o presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, reconheça o eleito Alassane Ouattara.
"As negociações prosseguem neste momento, ainda não terminaram", afirmou Juppé em declarações à televisão pública francesa "France 2".
O chefe da diplomacia gaulesa reagia desta forma às informações provenientes da missão da ONU no país africano sobre a rendição das forças de Gbagbo aos "capacetes azuis".
Juppé assinalou que se pretende uma declaração de Gbagbo por escrito, onde renuncie à presidência e reconheça Ouattara como o novo presidente.
De acordo com a ONUCI, os três oficias superiores que se renderam são o chefe do gabinete das Forças de Defesa e Segurança, o primeiro comandante da polícia e o comandante da Guarda da República.
"A UNOCI ordenou às suas tropas que recebam as armas dos simpatizantes de Gbagbo e lhes ofereçam protecção", assinalou Nersirky, que admitiu não conhecer o paradeiro preciso de Gbagbo, apesar de referir que "está em Abidjan", a capital económica do país africano.