A ministra da Defesa neerlandesa, Kajsa Ollongren, estimou, esta sexta-feira, que a formação dos primeiros pilotos ucranianos em aviões F-16 demorará "cerca de seis ou oito meses" antes de iniciarem missões contra a invasão russa.
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A ministra interina, que regressou na quarta-feira de uma visita a Kiev, onde discutiu a entrega dos caças norte-americanos com o Governo do Presidente Volodymyr Zelensky, explicou que "os ucranianos surpreenderam positivamente até agora", estão "supermotivados" e são "tecnicamente bons".
Estas circunstâncias, acrescentou a uma televisão neerlandesa, permitem "estar tão otimistas e pensar que terão sucesso nesses seis ou oito meses" de formação, embora normalmente seja necessário mais tempo.
Isto significa que o primeiro lote de pilotos ucranianos que iniciaram a sua formação este mês na Dinamarca estará pronto a partir de fevereiro do próximo ano.
Segundo explicou Kajsa Ollongren, os primeiros caças prometidos pelos Países Baixos deverão chegar à Ucrânia "durante o próximo ano", uma vez que, além da formação dos pilotos, é necessário estabelecer a infraestrutura necessária para os F-16 na Ucrânia, ter peças sobressalentes e armas adequadas para esses aparelhos e manutenção de aeronaves de combate. Caso contrário, observou, "não faz sentido" fornecer F-16 à Ucrânia.
Ollongren ainda não sabe ao certo quantos F-16 os Países Baixos fornecerão à Ucrânia, mas disse que Haia quer "fornecer o maior número possível" dos 42 caças que possui.
"Ainda temos que montar esse quebra-cabeças", disse a ministra, porque a Defesa tem 24 deles em uso e precisa de vários para formação.
O Governo dinamarquês confirmou, por seu lado, a doação de 19 caças F-16 à Ucrânia.
No domingo, Zelensky aterrou de surpresa nos Países Baixos para levar o que chamou de "o acordo mais importante" alcançado durante a guerra: o fornecimento destes F-16 "para fortalecer as defesas aéreas da Ucrânia" e avisou que Kiev "não desistirá" e implantará esses aviões "para manter os terroristas russos fora das cidades e vilas" no país.
Os Países Baixos e a Dinamarca treinam juntos os pilotos ucranianos antes da entrega dos caças, numa coligação internacional que envolve também Portugal.
Na quinta-feira, Dia Nacional da Ucrânia, a Noruega também se comprometeu a fornecer F-16 à Ucrânia e os Estados Unidos assumiram o compromisso de formar pilotos ucranianos nestes aviões de combate.
Os Estados Unidos vão iniciar em outubro o treino de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16, anunciou o Pentágono na quinta-feira, depois de três países europeus se terem comprometido a fornecer estas aeronaves, como pedido por Kiev.
O porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Pat Ryder, disse em conferência de imprensa que os pilotos ucranianos terão a partir de setembro aulas de inglês, necessárias para pilotar os caças de fabrico norte-americano, e no mês seguinte começarão o treino na base da Guarda Nacional em Tucson (Estado do Arizona).
O anúncio foi feito no dia em que a Ucrânia celebrou o aniversário da sua independência, que coincidiu com os 18 meses da invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.
Ryder evitou especificar o número de ucranianos que integrarão o programa de treino, embora tenha antecipado que serão "vários pilotos e dezenas de trabalhadores em formação".