A riqueza dos multimilionários do Mundo aumentou 121% nos últimos dez anos. As 2682 pessoas com patrimónios superiores a mil milhões somam um total de 14 biliões de dólares (mais de 13 biliões de euros).
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A última década foi melhor para os multimilionários - os que têm uma fortuna avaliada em mais de mil milhões de dólares - do que para os mercados mundiais. Enquanto o índice MSCI World subiu 73% entre 2015 e 2024, a riqueza dos primeiros aumentou 121% no mesmo período, de acordo com os dados do relatório "Billionaires Ambitions Report", publicado esta quinta-feira pelo banco UBS, que nos últimos 10 anos tem acompanhado os mais de 2500 multimilionários do mundo.
No total, a riqueza dos super-ricos passou de 6,3 biliões de dólares (5,9 mil milhões de euros) em 2015 para 14 biliões de dólares (13,30 biliões de euros) este ano. No mesmo período, o número de multimilionários aumentou de 1757 para 2682, escreve o "El País", que teve acesso ao documento. De acordo com o jornal espanhol, o crescimento da riqueza não tem sido constante ao longo da última década: de 2015 a 2022, aumentou a uma taxa anual de 10% em média, estagnando em 1% desde então.
E também há diferenças de região para região: os super-ricos chineses viram a sua riqueza duplicar de 2015 a 2020, passando de 887,3 mil milhões de dólares para 2,1 biliões, mas no primeiro ano do impacto da pandemia, caiu para 1,8 biliões, embora o número de multimilionários tenha permanecido estável. Por outro lado, os norte-americanos só registaram aumentos, sobretudo os do setor tecnológico e industrial, passando de 2,5 biliões de dólares para 3,8 biliões de dólares de 2020 a 2022 e para 6,1 biliões de dólares este ano. Nos Estados Unidos, os ultra-ricos aumentaram a fortuna em 27,6% para 5,8 biliões de dólares, representando 40% do total global.
A Europa Ocidental também apresenta uma tendência ascendente, mas de forma mais modesta, passando de 1,5 biliões de dólares para 2,1 biliões de dólares em 2020 e 2,7 biliões de dólares em 2024.
Mais 268 super-ricos em 2024
Ao longo do último ano, 268 pessoas juntaram-se a este clube exclusivo de super-ricos, 60% das quais são empresários. Ao contrário do ano passado, em que a maior parte dos recém-chegados deviam o luxo ao património herdado, este ano a maior parte dos novos multimilionários conseguiu-o por investimento próprio.
Ao longo desta década, os empreendedores do setor tecnológico têm vindo a ganhar cada vez mais peso, tendo a sua riqueza sido a que mais cresceu: triplicou até, passando de 788,9 mil milhões de dólares em 2018 para 2,4 biliões em 2024. Nos primeiros anos dedicavam-se ao comércio eletrónico, às redes sociais e aos pagamentos digitais, mas ultimamente “estão por detrás da ascensão da inteligência artificial generativa, do desenvolvimento da cibersegurança, da tecnologia financeira, da impressão 3D e da robótica”, aponta o comunicado que acompanha o relatório.
Outro sector destacado na publicação do UBS é o da indústria transformadora, cujos bilionários aumentaram a sua riqueza de 480,4 mil milhões de dólares para 1,3 triliões de dólares, devido, segundo o documento, “aos investimentos dos países para aumentar a sua vantagem competitiva, especialmente na economia verde, enfrentar os desafios demográficos e apoiar a tendência económica de deslocalização”.