O Ministério da Imigração de França vai registar a partir de hoje, sexta-feira, as impressões digitais dos ciganos que estão a ser deportados do país em troca de ajuda financeira. A medida visa evitar que essas pessoas regressem depois de deixar o país.
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As autoridades francesas acreditam que muitos ciganos que foram repatriados estão a regressar com o objectivo de obter novamente a compensação financeira a que tiveram direito, de aproximadamente 300 euros. As suspeitas de que estariam a usar parte do dinheiro para regressar a França com nomes falsos levou o governo a adoptar medidas de prevenção mais eficazes.
As autoridades migratórias vão começar, a partir de hoje, a guardar as impressões digitais de todos os ciganos alvo de repatriação. No ano passado, as expulsões custaram aos cofres franceses mais de nove milhões de euros. O governo espera que a recolha de impressões digitais impeça a ocorrência de mais fraudes.
Grupos defensores dos direitos humanos vieram já criticar a medida imposta pelo governo francês, que consideram ser mais um atropelo aos direitos de uma minoria étnica.
A maior parte dos ciganos são repatriados para a Roménia e Bulgária, num processo mediático e envolto em grande polémica. Caso não garanta o direito de liberdade de circulação previsto pela lei europeia para todos os cidadãos, a França enfrentará em breve um processo por parte da Comissão Europeia.
As deportações fazem parte das políticas de combate à violência e à imigração ilegal empreendidas por Nicolas Sarkozy. As autoridades de Paris insistem que as medidas estão dentro das leis francesas e europeias e defendem o direito a expulsar os ciganos que não provem possuir emprego ou outro meio de suporte económico.