Um francês de origem portuguesa raptado, na terça-feira, no Mali, está vivo, disse o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius. A reivindicação do sequestro por um grupo radical islâmico ainda está a ser verificada.
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"Tivemos informações das autoridades malianas e pelo que sabemos, sim" o refém está vivo, respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros francês quando questionado pelos jornalistas.
Gilberto Rodriguez Leal, um francês de origem portuguesa, de 61 anos, foi raptado, na terça-feira, cerca das 22 horas, na região de Kayes, oeste do Mali.
O francês, cuja profissão se desconhece, tinha chegado ao Mali há poucas horas, proveniente da Mauritânia, quando foi retirado de dentro do carro de matrícula francesa no qual seguia.
Segundo fontes dos serviços de segurança do Mali, o homem terá sido retirado do carro "por pelo menos seis homens armados" em Diema, enquanto as autoridades francesas sustentam que o sequestro aconteceu em Nioro, cidade situada mais a norte.
"Houve uma reivindicação que ainda não foi possível verificar. Terá sido raptado por um grupo de radicais islâmicos do Norte", disse Laurent Fabius.
"Não sabemos exatamente as condições em que isso aconteceu. Não sabemos se o grupo o raptou para o vender a outro grupo, ou se são mesmo pessoas do Norte", acrescentou.
Um responsável do Movimento para a Unidade e a Jihad no Oeste Africano, um dos grupos armados que ocupa o norte do Mali, citado pela agência France Presse, indicou na quarta-feira que o refém estava em seu poder, sem precisar se estava com o seu grupo ou com os seus aliados da al-Qaeda do Magreb Islâmico (Aqmi).
Laurent Fabius reforçou o apelo aos cidadãos franceses para não se deslocarem para aquela região do Mali, considerando ser "extremamente imprudente".
Este novo rapto eleva para sete o número de franceses reféns dos islamitas armados da região do Sahel, seis dos quais foram raptados pela Aqmi: quatro no norte do Níger, em setembro de 2010, e dois no norte do Mali, em novembro de 2011.
Questionado sobre se está previsto para breve o envio de uma força internacional para recuperar o norte do Mali, Laurent Fabius disse que "é um assunto que diz respeito primeiro aos africanos", acrescentando que as Nações Unidas deverão "dar luz verde no início de dezembro".