O primeiro-ministro japonês anunciou que as autoridades vão envolver-se mais na gestão da água contaminada da central nuclear de Fukushima, cuja fuga para o mar o governante considerou um problema "urgente".
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"Estabilizar a central de Fukushima é o nosso desafio. Em particular, a água contaminada representa um problema urgente que suscita muita inquietação na população", explicou Shinzo Abe numa reunião de um gabinete de crise criado pelo Governo sobre o assunto.
A companhia de eletricidade Tokyo Electric Power (Tepco) tenta, desde março de 2011, fazer face às consequências do acidente que se produziu na sua central nuclear Fukushima Daiichi (220 quilómetros a nordeste de Tóquio), danificada por um sismo e um tsunami.
O maior problema que enfrenta desde há semanas consiste em impedir a água subterrânea contaminada pela forte radioatividade do local de fugir para o Oceano Pacífico.
Confrontada com falta de meios de tratamento, armazenagem e confinamento desta água, a Tepco reconheceu no final de julho, pela primeira vez, que parte da água estava a ser despejada no mar.
O primeiro-ministro Shinzo Abe, que pediu ao Ministério da Indústria que tome "medidas rápidas e eficazes" para resolver o problema, anunciou que o Estado participará a partir de agora no financiamento da gestão do problema da água contaminada no local.
O Estado já entregou, juntamente com as companhias de eletricidade do país, cerca de 3800 mil milhões de yens (cerca de 30 mil milhões de euros) a um fundo criado para ajudar a Tepco a gerir a catástrofe.
Mas estes montantes têm sido aplicados sobretudo em trabalhos de proteção do local e na indemnização de mais de um milhão de pessoas afetadas pela catástrofe nuclear, a mais grave desde Chernobil em 1986.
A autoridade reguladora do setor nuclear do Japão ordenou à Tepco que acelere os trabalhos de contenção da água contaminada. A mesma entidade anunciara no final de julho que iria investigar as causas das fugas de água contaminada no subsolo da central.
A empresa tem sido alvo de críticas recorrentes pela sua forma de informar o público, que tem sido considerada desonesta.
Há muito que a companhia afirmava que a água contaminada estava estagnada sob a central nuclear e que não fluía para o mar, algo que acabou agora por desmentir.