O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, quer proibir por lei qualquer prolongamento para além de 2020 do período de transição após o "Brexit" em 31 de janeiro.
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"O nosso programa indicou claramente que não prolongaríamos o período de transição e a nova lei que implementa o acordo de saída vai proibir legalmente o governo de aceitar qualquer extensão", vincou, esta terça-feira, uma fonte do governo britânico.
A medida deverá ser inserida na legislação que regula o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) que o governo quer submeter ao parlamento na sexta-feira.
"Na semana passada, o público votou num governo que concretizaria o Brexit e permitiria que este país avançasse. E é exatamente isso que planeamos fazer esta semana", afirmou a mesma fonte.
No programa eleitoral do Partido Conservador, que ganhou as eleições da passada quinta-feira com uma maioria absoluta de 365 deputados, está escrito que o processo de aprovação da legislação começaria antes do Natal para garantir a saída a 31 de janeiro.
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O programa refere também que o Reino Unido não iria estender o período de implementação, também conhecido por período de transição, em que o Reino Unido continua a aplicar as regras europeias, incluindo a liberdade de circulação, a ter acesso ao mercado único.
Durante esses onze meses, Londres e Bruxelas vão negociar um novo acordo de comércio livre e cooperação entre as duas partes, mas vários analistas e até o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, admitiu ser "pouco realista" concluir tudo naquele prazo.
O período de transição pode ser prorrogado por até dois anos, a fim de evitar uma rutura drástica e caótica das relações económicas se as duas partes não concluírem as negociações.
O pedido tem de ser apresentado por Londres até 1 de julho de 2020.
Um porta-voz do governo já reiterou a intenção do primeiro-ministro, Boris Johnson, de alcançar um acordo de livre comércio semelhante ao celebrado entre a UE e o Canadá, o que implicaria menos alinhamento regulatório.
O responsável do Partido Trabalhista pelas questões do "Brexit", Keir Starmer, qualificou a medida como "perigosa e irresponsável" e acusou Johnson de pôr em risco postos de trabalho se as negociações não forem concluídas a tempo, o que resultaria numa saída sem acordo.
O Partido Trabalhista continua a ser o principal partido da oposição, tendo eleito 203 deputados.
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