O Governo esclareceu, esta sexta-feira, não existir "nenhum projeto de intervenção militar previsto" face à situação na Guiné -Bissau e que a Força de Reação Imediata (FRI) se encontra em "estado de prontidão considerado adequado para a situação em curso".
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Em comunicado divulgado esta sexta-feira, assinado pelo gabinete do ministro da Defesa, o Executivo adianta ainda que, "caso venha a ser necessário", a força em preparação está apta a efetuar uma "operação de evacuação de cidadãos portugueses" e de outros países.
Na sequência das notícias publicadas, hoje, sobre a situação na Guiné- Bissau, o Ministério da Defesa Nacional informa que (...) não há nenhum projeto de intervenção militar previsto para aquele país (...) O Ministério da Defesa Nacional está a proceder ao acompanhamento normal em situações desta natureza", pode ler-se no documento.
O Executivo adianta ainda: "A Força de Reação Imediata encontra-se num estado de prontidão considerado adequado para a situação em curso, podendo, caso venha a ser necessário, efetuar uma operação de evacuação de cidadãos portugueses e de países amigos".
O ministro da Defesa Nacional e os quatro chefes militares reuniram-se, esta sexta-feira, para discutir a situação na Guiné -Bissau e uma eventual deslocação de tropas portuguesas para aquele país, confirmaram várias fontes à agência Lusa.
A FRI das Forças Armadas portuguesas está a elevar o seu nível de prontidão devido ao agravamento da situação na Guiné -Bissau, disseram à agência Lusa fontes militares.
Segundo as fontes, forças especiais, paraquedistas e fuzileiros receberam ordens nas últimas horas para aumentar a velocidade de resposta para "acautelar" qualquer eventualidade.
A FRI, que tem meios dos três ramos das Forças Armadas que variam consoante o tipo de missão, pode ser deslocada em 72 horas e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Na quinta-feira à noite, um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné -Bissau.
A ação foi justificada esta setxa-feira, em comunicado, por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.
A mulher de Carlos Gomes Júnior disse esta sexta-feira que ele foi levado por militares na noite do ataque e encontra-se em parte incerta, bem como o Presidente interino, Raimundo Pereira.
Os acontecimentos militares na Guiné -Bissau, que antecederam o início da campanha eleitoral das presidenciais de 29 de abril, mereceram a condenação da União Africana, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e de vários países, incluindo Portugal, que exortou os autores do "golpe militar" a libertar os políticos detidos.