O Governo espanhol apelou, esta sexta-feira, aos separatistas catalães a dissolverem o seu parlamento e convocarem eleições na região para ultrapassar a crise entre Madrid e Barcelona, que ameaça declarar unilateralmente a independência.
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"Seria bom começar a fechar a ferida passando pelo parlamento da Catalunha (...) através de eleições regionais", declarou o porta-voz do Governo Íñigo Méndez de Vigo, durante uma conferência de imprensa convocada após o conselho de ministros.
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O porta-voz afirmou que a "coexistência foi quebrada" na Catalunha e o diálogo só pode ser retomado quando as autoridades regionais separatistas deixarem de ameaçar com uma declaração de independência. "Para haver diálogo, é preciso voltar à legalidade", disse Iñigo Méndez de Vigo.
Madrid considera ilegal e inconstitucional o referendo sobre independência realizado no domingo na Catalunha. Depois da consulta, em que participaram 42% dos eleitores que votaram maciçamente no "sim", os líderes catalães anunciaram a intenção de declarar unilateralmente a independência.
Méndez de Vigo advertiu os separatistas catalães de que uma declaração de independência "não chega" e que as nações independentes têm de ser reconhecidas pela comunidade internacional.
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Até ao momento, nenhum país declarou o seu apoio a uma independência da Catalunha e a União Europeia assegurou que uma Catalunha independente ficaria de fora da União e não poderia usar a moeda comum, tendo de pedir formalmente a adesão e cumprir o longo processo negocial decorrente.
O ministro espanhol defendeu por outro lado que voltar à legalidade devia implicar também "voltar ao diálogo no Parlament", o parlamento regional da Catalunha, dominado pelos partidos separatistas.
Esse diálogo, afirmou, foi interrompido a 07 de setembro quando os separatistas aprovaram as leis de referendo e transição, abrindo "uma brecha" que deve ser fechada.