O chefe da polícia da Catalunha saiu em liberdade da Audiência Nacional, em Madrid, depois de ser ouvido na qualidade de investigado num delito de sedição numa manifestação popular contra a Guardia Civil.
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Josep Lluís Trapero, que é uma das quatro pessoas que está a ser investigada neste caso de assédio à Guardia Civil numa operação de 20 de setembro, abandonou o tribunal no meio de aplausos de alguns separatistas presentes e também assobios de outras pessoas.
Segundo fontes judiciais citadas pela agência espanhola Efe, o procurador não pediu a prisão nem qualquer outra medida cautelar para o chefe dos Mossos d'Esquadra (polícia regional catalã) depois de estar cerca de uma hora perante uma juíza.
Também foram ouvidos pela Audiência Nacional Jordi Sanchez e Jordi Cuixart, presidentes de duas poderosas associações separatistas - Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Omnium Cultural - e Teresa Laplana, uma outra responsável da polícia catalã, que prestou declarações mas por videoconferência, por razões médicas.
O presidente da ANC sublinhou à saída do tribunal que o seu movimento não reconhece "a competência deste tribunal" e estimou que não tinha "cometido qualquer crime".
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O magistério público acusa os quatro de não terem evitado, e poderem mesmo ter sido responsáveis, por atos de violência de populares contra a Policia Nacional em 20 de setembro. Os manifestantes, encorajados pela ANC e Omnium Cultural, bloquearam agentes da Guardia Civil nos seus edifícios durante várias horas e causaram estragos nas suas viaturas, factos que podem levar a penas de prisão até 15 anos.
A Audiência Nacional é um tribunal espanhol que trata casos mais graves, entre eles os relacionados com delitos contra a Coroa ou os membros do Governo, assim como o grande crime organizado.
A Espanha está a viver uma das suas maiores crises políticas de sempre depois da transição democrática iniciada em 1977.
O governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou na madrugada de segunda-feira passada que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo do dia anterior.
A consulta popular foi convocada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.